terça-feira, 22 de janeiro de 2013

CERIMONIAL, TRANQÜILIDADE E PRODUÇÃO

Cerimonial na ótica das Relações Públicas

Acontece freqüentemente conosco. Estamos perturbados. Temos problemas. Ou nos falta o dinheiro para o tratamento do filho ou não estamos seguros de que ele está recebendo o melhor. Não estamos podendo dar em casa aquele conforto mínimo que a família necessita. Vivemos em lugar inseguro ou insalubre.
Certamente com problemas dessa natureza ou ainda muitos outros que a vida nos separa não podemos nos concentrar no trabalho . Não conseguimos realizar nossa parte em um grupo, na quantidade e na qualidade que os nossos chefes necessitam.
Em um livro de A. Aurieres e A. Antonietti, "Le service du retaurant" cuja área o próprio título define, encontramos a certa altura, quando os autores inumeravam requisitos para formar e manter uma brigada de garçons uma recomendação elemento dessa brigada que comparecesse ao serviço demonstrando ter para problemas em casa, fora do serviço deveriam ser imediatamente dispensados. Sabemos que embora não comunique expressamente, nossa postura, nosso gestos, externam os problemas quando os temos. É preciso muito treino para que isso assim ocorra.
Nessas circunstâncias a situação se agrava pois nosso cérebro fica embotado e nossa capacidade de trabalho sensivelmente reduzida.
O livro em questão foi escrito na primeira metade do século passado.
As considerações não eram decorrentes de pressão da globalização.
Os autores nada mais estavam fazendo do que se submeter a princípios práticos da racionalização.
Já no século XIX Taylor, Faiol, cada um isoladamente merece o aparecimento da máquina a vapor procuram dar ao trabalho individual e ao de grupo, uma fluidez, uma seqüência que garantisse sempre uma produção maior e compensadora.
Nesse contexto situava-se a tranqüilidade e os inconvenientes de o trabalhador ter problemas e ansiedades. Tal coisa comprometeria seriamente a produção e conseqüentemente o lucro. Os problemas passaram a ser não só do trabalho mas também do patrão e do empresário.
Na ocasião desenvolviam-se os princípios de uma atividade que mais tarde receberia a seguinte definição:

"RELAÇÕES PÚBLICAS É A ATIVIDADE, O ESFORÇO DELIBERADO, PLANIFICADO E CONTÍNUO PARA ESTABELECER E MANTER COMPREENSÃO MÚTUA ENTRE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA OU PRIVADA E OS GRUPOS E PESSOAS A QUE ESTEJA DIRETA OU INDIRETAMENTE LIGADA."

Essa atividade se encaixa com absoluta exatidão nos objetivos do trabalho racionalizado a procura de produção e maiores lucros. Teria seu lugar assegurado nesse contexto. Teria com a entrada do século XXI a sua imprescindibilidade assegurada mercê o rolo compressor da globalização e tem como justificativa, produção e lucro.
Relações Públicas procura na essência conhecer "públicos e pessoas a que esteja direta ou indiretamente ligada" as expectativas a fim de satisfaze-las ou dizer por que não as atende, para que o lucro não seja comprometido. Deseja para si alcançar a aceitação, a tranqüilidade na comunidade onde atua e mesmo em todo contexto.
Para chegar a isso precisa conhecer as expectativas. Há necessidade de uma demos cópias. O caminho inicial está remover as barreiras da comunicação. Há que se preencher primeiramente os requisitos do Protocolo "comunicar o respeito que espera e dizer ao outro, indivíduo ou grupo o respeito que lhe dispensa". Certamente estamos nos referindo aos espaços de cada um não nos referimos a espaço físico, mas sim ao espaço sócio-cultural e psico-emocional.
Quando no convívio, sabemos dizer do respeito ao outro preenchidos os requisitos do cerimonial, do protocolo e aí temos o caminho para conhecer as expectativas, os anseios individuais ou coletivos.
Estaremos exercitando a atividade de relações públicas.
Ao ensejo deste assunto, talvez com muita nostalgia, nos recordamos de um relato de José Roberto Whitaker Penteado feito em uma das reuniões que antecederam a função da Associação Brasileira de Relações Públicas.
Nos contou esse colega que a montadora DKW-VEMAG estava com problemas na linha de montagem dos carros.
Toda segunda-feira a produção de carros era sensivelmente menor. Chamado como profissional de relações públicas, constatou que a produção decrescia em razão dos resultados dos jogos de futebol do Domingo. Na linha de montagem estavam torcedores de vários times, perdedores e vencedores. Em decorrência havia um clima de má vontade entre os mesmos. Redistribuídos e qualifica por time que torciam voltou a produção ao normal. Fora diagnosticada a razão do mal estar e da intranqüilidade.
Cerimonial foi porta de entrada. Todos foram tratados com respeito. Relações públicas adentrou e diagnosticou as razões psico-emocionais.


Fonte: Nelson Speers
Assessor e Consultor para assuntos de RR.PP e Cerimonial.


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